sexta-feira, 27 de julho de 2012

o Espectro da vida


Considerações



Estou fazendo algumas considerações que julgo pertinente sobre todo o espectro de nossas vidas. Este relato tem como objetivo maior, passar a todos aqueles que a ele tiverem acesso, informações tidas e vivenciadas por este que as relata, como constatações sobre todo esse mistério de vida que envolve a cada um de nós. Enfim, passar para alguém interessado, aquilo que este autor acredita ser verdadeiro, em função principalmente do lado pratico vivenciado. Esse é o objetivo deste livro.


Assim, na própria capa do mesmo foi estampada a figura geométrica de uma Esfera com suas geratrizes externas.


A essa esfera poderíamos simbolizar o Universo; e a cada uma dessas geratrizes de numero infinito, a trajetória de vida de cada um ser vivente neste mundo. O ponto "A", diametralmente oposto ao ponto "B", simboliza o nascimento de cada um; e o ponto "B", a morte neste plano terreno.


Assim, vejamos a capa:


 




 

Apresentação:


Nas observações do nosso dia a dia, fizemos algumas constatações, às quais queremos partilhar com todos os nossos amigos.


Assim, ao longo de toda uma caminhada de vida dos meus 65 anos, sempre que alcancei uma idade que me permitisse um certo entendimento, busquei fazer leituras de tudo quilo que ocorria comigo no meu dia a dia. Buscava assim me tornar um espectador de tudo aquilo que ocorria comigo ou seja; mesmo sendo um agente ativo, sempre fazia as leituras do ocorrido; e assim tem sido até nos dias de hoje. Lógico que, certos erros cometidos, estas leituras me mostraram a necessidade de não repeti-los.


Assim, para podermos alcançar àquilo que estou pretendendo passar a todos, alguns dados básicos da minha vida pessoal julgo serem essenciais para ajudar nesse entendimento ou seja:


. Sou de uma família Mineira de 12 irmãos, como o quarto dessa escala.


. Pelo próprio numero de filhos, não é difícil a qualquer um verificar que meus pais eram pessoas simples, de aprendizado escolar limitado e porque também não dizer até sem nenhum, uma vez que minha querida mãe era analfabeta.


Talvez, por estas limitações no campo intelectual; material e financeiro, outras variáveis foram bastante latentes na vida de todos nós oriundos daquele casal simples; porém trabalhadores, justos e corretos em seus procedimentos de vida; procedimentos esses que nos foram passados como o grande legado deixado por eles.


Assim, n dia 4 de julho do ano de 1947, num pequeno povoado onde tinha apenas doze casinhas próximo à cidade de Aimorés em Minas Gerais, veio ao mundo este que vos fala. Mineiro, bem “BUTINUDO”, e Bebedor de “Mocotinha”. Entenda-se "Mocotinha" como uma deliciosa Cachaça Mineira.


Sua infância, em função do dito acima, foi bastante pobre materialmente/financeiramente. Tanto assim é que, já aos oito anos de idade o mesmo já vendia Bolo e Café na rua, uma tarefa de tantas outras impostas por sua mãe querida para ajudar no sustento da casa.


Veja que, já aos oito anos de idade, em meio às brincadeiras e traquinagens de uma criança nesta idade, esta aprendia a contabilizar o que tinha, o que vendia e o que teria para receber no futuro, visto que, as vendas se faziam principalmente no canteiro de obras de uma usina termelétrica na cidade de Pirapora Minas Gerais, onde o pagamento do pessoal se fazia aos finais de cada semana.


Este mesmo camarada, anos mais tarde vislumbrou o desejo de se tornar um Engenheiro, mesmo não sabendo direito a amplitude do desejado e de suas limitações materiais/financeiras.


Sonho tido; sonho a ser alimentado.


Assim, anos depois, o mesmo já na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro inicia o seu tão sonhado curso. A trajetória de vida para se chegar neste estágio, nos remete a muitas histórias e episódios que, por si só seriam suficientes para escrever outro livro que em algum momento poderei fazer.


Cinco Anos depois, se forma engenheiro civil graduado por esta Escola conceituadíssima em todas as áreas, principalmente no campo da Engenharia civil.


Sonho tido, Sonho alimentado, e Sonho concretizado.


Para um Moleque do interior das Minas Gerais com todas as suas limitações, concretizar esse sonho era simplesmente algo um tanto distante e inimaginável; porém algo simplesmente espetacular depois de alcançado.


Quebrava esse Moleque o paradigma de que o acesso ao nível intelectual de uma Universidade somente poderia ser alcançado por aqueles que detinham o disponível financeiro, principalmente pelo fato de, quando do seu sonho, residir num local interiorano, bastante distante fisicamente de uma Universidade.


Já Engenheiro, passa para o segundo estágio de sonhos que era o de constituir uma família e, a exemplo de tantos outros interioranos, o de ter uma casa, mulher, filhos, cachorro, galinhas, passarinhos; enfim, constituir uma família, a exemplo dos da sua origem.


Veja que o caminhar da nossa vida nos mostra algo que, muitas das vezes, não muito atentos para tal, nos passa totalmente despercebida.


Aquela que iria ser a mãe de meus filhos, nada mais nada menos seria a aquela a qual já a conhecia desde os dois aninhos de idade, mesmo ficando distantes um do outro em cidades diferentes, dezessete anos.


E aí?... Em meio a tantas outras meninas de convívio diário, aquela foi ou já estava escolhida?...


Pois sim; dessa união vieram quatro filhas maravilhosas. Uma Contadora/Economista, outra Engenheira, outra Advogada e a última, Doutoranda em Medicina. Portanto, Missão cumprida. Devo também dizer que minha esposa tem Licenciatura em Letras.


Pois bem; ainda em plena atividade Profissional, me sinto inteiramente vitorioso em todos os campos; tanto o pessoal, quanto o Profissional e, principalmente o familiar.


Portanto, já pela idade, me julgo plenamente credenciado para o que ora é proposto visto que, estar vivo e desfrutar de todo um cabedal de informações adquiridas ao longo dessa caminhada me dá o devido respaldo para tal.


Feita a devida apresentação, vamos agora entrar no campo das elucubrações a respeito de tudo aquilo que nos cerca no nosso dia a dia.



O Matrimônio/ Relação Conjugal


Como um dos Sacramentos mais importantes da Igreja, muitos casais se preparam e buscam juntos fazerem a sua união matrimonial perante a Igreja diante das Leis de Cristo ou de representantes da Sociedade Civil, prometendo de “pés-juntos”, um perante o outro e diante de todos, empreenderem juntos uma caminhada de vida, formando assim uma família onde terão filhos/netos, até que a morte os separe.

Sabemos que são pessoas totalmente diferentes uma da outra, com costumes, hábitos e, às vezes, até culturas diferentes.

O que tem em comum é o propósito sim de constituir uma família onde pensam ficarem velhos juntos, vencendo as dificuldades que a própria vida lhes impõe nesta caminhada, vendo seus filhos/netos crescerem e tomando o rumo de suas vidas e, assim desempenharem juntos o grande projeto Divino de; “Crescei-vos e Multiplicai-vos”. Crescei-vos, vamos entender e assim acreditar tratar da nossa evolução a nível individual neste campo terreno, perante um "todo" gerido por um ser supremo Divino. Por outro lado, Multiplicai-vos, vamos entender como a extensão do nosso "ser" através dos nossos filhos/netos, já detentores do conhecimento adquirido por seus pais/avós.  

E porque muitas das vezes essa caminhada é interrompida, mesmo muitas vezes sendo inerente à vontade de ambos, indo cada um em direções diferentes daquela que se propuseram quando do início dessa caminhada de dois?...

Será que deixaram de se gostar mutuamente?... O que aconteceu?... E porque aconteceu?...Até porque a escolha mútua não foi feita abruptamente.

Em muitas das vezes essa separação ocorre já com filhos no meio, estes que são para ambos, a nível individual, a maior riqueza de suas vidas e que, diante de uma separação dos Pais, com certeza vão sofrer algumas sequelas.

Esta separação, tornando-se inevitável, sabe os Pais que esse rompimento causará transtornos muitas vezes irreparáveis nestas pedras preciosas (filhos), frutos de um relacionamento forte e amoroso dos pais.

A estes que assim procedem, naturalmente vão à busca de novos companheiros para darem início novamente àquilo que, de certa forma até frustrante, não conseguiram êxito.

A este processo, muitas vezes verificamos que ele se torna repetitivo, duas, três e até quatro vezes sem o êxito pretendido.

E aí? Se tem algo errado, onde está esse erro?...

Em estando errado esse processo, como evitá-lo? É possível?

Pois bem; para muitos casais, no seu dia a dia de vida conjugal observa-se que, independente do tempo de casados, nem tudo parece flores. Aliás, pela própria natureza humana é até natural que assim seja.

Cada um de nós, a nível individual, somos herdeiros de uma carga genética muito grande herdada de nossos antepassados.

Adicionado a isto, o próprio meio em que vivemos. Fazemos parte de

uma sociedade em que nem tudo o que é apregoado pela mesma nos induz para uma direção voltada para o que poderíamos dizer, salutar a todos nós.

Frutos desse meio e preso a essa carga genética, verificamos que, individualmente somos totalmente diferentes um do outro. Assim, no convívio de dois é até natural que os conflitos ocorram.

De repente, o que nos falta nessa relação de dois, é a preparação prévia e contínua para administrar essa vida de dois onde esses conflitos estarão constantemente presentes no nosso dia a dia.

A Determinação e a Perseverança em cada um dos cônjuges, em não deixar a “Peteca cair”, acredito serem os fatores preponderantes. Com toda a certeza, para que esta “Peteca” não caia, haverá momentos em que vamos ter que dar verdadeiros “Peixinhos” para não deixar que isto ocorra. Portanto, poderíamos assim dizer que é uma maratona onde a corrida é a de vencer obstáculos.

Observamos que a todo momento somos instados a perder o nosso equilíbrio, e são as pessoas mais próximas de nós os responsáveis para que isto aconteça. Aí entra o cônjuge, filhos, pais, mães, enfim; aquelas que mais nos são caras.

Assim, credito que o grande “mote” é aprender a se controlar e, consequentemente não cair nas provocações; quaisquer que sejam os motivos que me levarem a isto.

Parece-me, e assim tenho observado, que a falsa sensação de prazer em não “engolir sapo” diante de uma provocação me conduz a um nível inferior onde fico mais vulnerável, me tornando mais frágil e ficando assim mais suscetível a erros.

Portanto, é na minha reação é que vou me posicionar a que tipo de energia estou gerando. Se positiva ou negativa.

Observa-se ainda que, para cada ato meu ele não fica restrito somente à minha pessoa ou ao meu universo e sim para um “todo” e todo o universo.

Dessa forma, qualquer ato bom de minha parte ele terá uma amplitude por todo o Universo. O inverso também é verdadeiro, ou seja, algo de ruim que eu provoco ele se estende pelo “Todo”.

Neste sentido tenho que fazer constantemente a leitura das minhas reações. Se positivas, estarei sendo um gerador de energia positiva e assim contribuindo para esse “todo”; se negativa, estarei indo em direção oposta e assim me afastando da linha mestra do meu crescimento.

Portanto, o objetivo maior é eu crescer, ir pra frente, e não retroagir. Cabe a mim, portanto, decidir e trabalhar nesse sentido.

Certa vez, de férias numa cidade interiorana das Minas Gerais, sentado na poltrona da sala da gerência do Banco do Brasil onde meu irmão mais velho era o gerente daquela agência, eu presenciei uma cena que vai bem de encontro com tudo isto que foi dito acima.

Num determinado momento, irrompeu pela sala afora um senhor cuja idade era em torno de 60/65 anos que, se dirigindo ao meu irmão, gerente daquela agência, disse: “Simões, hoje eu quero resolver a minha vida. O Banco pode ficar com a minha criação de cavalos de raça, minha propriedade, meu carro, minha casa de praia em Guarapari (ES), enfim, tudo o que eu tenho; só preciso de uma coisa Simões: SOSSEGO”...

Desabafava assim aquele senhor colocando todas as suas agruras pra fora, tendo em vista a pressão que estava sofrendo por parte do Banco no sentido de saldar seu débito naquela agência. Ressalte-se que um dos grandes sonhos da maioria dos mineiros daquela região é ter uma casa de praia; e naquele momento aquele senhor não titubeou em também abrir mão de sua casa de praia.

Agora, queria ele somente uma coisa; o Sossego, a Paz de espírito.

Ali, diante daquela cena protagonizada por aquele senhor sexagenário, fiquei a refletir e a tirar minhas próprias conclusões.

Algo parecido ocorreu comigo muitos anos depois.

Certo dia, voltando da Empresa onde “água estava vertendo pra todos os lados”, tal o montante de problemas que estava enfrentando, tão logo cheguei em casa, esse montante se viu aumentado junto a minha família.

Buscando me conter para não aumentar mais ainda a carga de problemas e, em busca de um refúgio ou um amparo, peguei o meu carro e saí sem rumo, sem destino. Era noite e o tempo estava chuvoso. No meu trajeto, andei cerca de sessenta km, sem pressa e, conforme dito anteriormente, sem rumo predefinido.

Com os vidros do carro fechado e, diante daquele quadro de problemas a me sufocar, sem que eu percebesse, passei a gritar bem alto e a conclamar: “Se tem alguém de sacanagem comigo; eu me rendo; eu entrego os pontos; e se tem alguém que pode me ajudar e assim não está fazendo, por favor, me ajude, pois já não aguento mais”. Isto eu repeti por várias vezes pois, conforme foi dito, o trajeto percorrido foi bastante considerável.

O resultado de tudo isto é que, em chegando em casa novamente, eu estava calmo. Até porque, acho que não poderia ser diferente depois dessa baita terapia...

Tempos depois vi numa determinada música da igreja um trecho da mesma que dizia o seguinte: “E o infeliz gritou a Deus e foi ouvido”. E aí?...

Fato semelhante já tinha acontecido com o Profeta Elias narrado no velho Testamento.

Em determinado dia, ele também cansado de tantos problemas que estava enfrentando, sentou debaixo de uma grande arvore e ali, recostado no tronco da mesma, gritou ao Deus dele: “Senhor, eu não quero ser melhor que ninguém; eu desisto de tudo”...

Seguido, ali adormeceu. Em sonho, teve a visão de um anjo que, chegando até ele disse: “aqui tem um lanche. Coma-o e siga o teu caminho pois, a caminhada é longa”.

Dos três fatos narrados acima, podemos ver neles a presença nítida de uma componente fundamental para o nosso acontecer; o despojar de toda a nossa prepotência; o nosso orgulho e a nossa soberba. Estas variáveis quando bem presente em nós são fatores impeditivos do clareamento da nossa mente na linha do crescimento individual a que cada um de nós é chamado.

Baseado no descrito acima, observo também que existe outra componente fundamental para caminharmos nessa direção que é a “Doação”. Esta abre a porta para esse acontecer onde estaremos domando esse “burro brabo” que existe dentro de cada um de nós, o qual se manifesta de várias maneiras através dos sentimentos não bons que cada um de nós traz dentro de si.

Esse “burro brabo” existe e precisa ser domado, e uma das formas de assim fazer é contrapor cada sentimento ruim com um sentimento “Bom” que também trazemos conosco.

Recentemente ouvimos de um deputado que denunciou o Mensalão que, se dirigindo a outro deputado, falou:

“Você desperta em mim os sentimentos mais primitivos que trago em mim”. Podemos entender, através da própria expressão do depoente que esses sentimentos primitivos possam estar relacionados à própria Raiva, ao Ódio, a Vingança, a Mágoa, etc. ou seja, nenhum deles relacionados com o Bem. Portanto, me torno um refém desses sentimentos e, consequentemente um gerador de energia ruim.

Voltando à componente “Doação”, em acreditando que a mesma seja a porta de entrada para essa caminhada, posso fazer uso dessa componente diariamente com um simples “Bom dia” a todos aqueles que atravessarem o meu caminho; mesmo de forma silenciosa. Estarei assim começando a me exercitar positivamente de uma forma simples, porém bem eficaz.

Já disse alguém muito sábio: “O hábito faz o Monge”. Se estou dando algo de bom desinteressadamente, automaticamente abro espaço para receber também algo de bom. O próprio São Francisco de Assis apregoou muito isto. “É dando que se recebe”.

Assim, nesse caminhar de vida que afeta diretamente a mim e ao meu cônjuge, e nessa linha de raciocínio, poderíamos nos reportar a uma certa Lenda que, em outras palavras a mesma dizia o seguinte:

“Havia um determinado Rei cujo reino era muito grande e que também, tinha uma filha muito Bonita e prendada. Naturalmente, essa Donzela com todos esses atributos e sendo filha desse Rei poderoso, a lista de pretendentes para se casar com ela era bastante grande".

O Rei, muito sábio, querendo o melhor para a sua filha, estabeleceu uma forma de escolher o pretendente “sortudo” para casar com sua filha e, automaticamente ser o herdeiro de todo o seu reino. Dessa forma decretou:

“O escolhido entre os pretendentes seria aquele que vencesse sozinho as sete tentações estabelecidas naquele decreto que seriam as seguintes”:

- atravessar uma grande área onde tinha areia movediça;

-atravessar um grande pântano, onde iria encontrar vários tipos de bichos peçonhentos;

-atravessar uma grande área onde seria caçado pelas tropas do rei;

- ultrapassar a grande muralha que cercava o Palácio do Rei e onde, do lado interno da mesma existia uma matilha de lobos selvagens;

-enfrentar e ultrapassar a guarda real;

-enfrentar e vencer o grande gigante guardião da Donzela almejada por tantos;

-Vencida esta seis primeiras; e encontrando ainda forças para continuar, enfrentar e vencer o grande Dragão que, com suas inúmeras cabeças, vertia fogo em todas as direções, dando rabeadas para todos os lados.

Enfim; no final, sentada no trono, estaria aquela Beldade, toda sorridente, toda bronzeada e perfumada, bastante ansiosa à espera do seu Príncipe amado, já prontinha para cair nos braços do seu amado e daí seguirem juntos bem felizes e para sempre; até porque, o contrário implicaria ao pretendente, mesmo todo arranhado, sujo e maltrapilho, em ter que ultrapassar todos os obstáculos enfrentados anteriormente, agora de forma inversa; é “Mole”?...


O  descrito acima, é apenas uma Lenda, onde o foco maior é a Determinação para alcançar determinado objetivo e a Perseverança em nunca desistir do almejado e mais ainda; uma vez conseguido, jamais abrir mão dele e assim colher e usufruir de tudo o que de bom essa união de dois traz a cada um a nível individual, e aos dois de forma coletiva, que se sentirão plenamente vitoriosos nessa empreitada, em meio aos “Tapas e Beijos”, constituindo assim sua família, agora também com filhos e netos.


Guardadas as devidas proporções, podemos afirmar que esse Projeto Divino é perfeitamente exequível, alcançável e vitorioso desde que para isso nos propusermos, uma vez que a isto é que somos chamados.

A cada obstáculo descrito na Lenda acima, em nossas vidas podemos relacioná-los com tantos outros do nosso dia a dia e da nossa realidade como: Questão financeira, Desemprego, Doenças, restabelecimento das relações estremecidas com o próprio cônjuge, moradia, educação dos filhos; enfim, cada um de nós dentro de sua própria realidade.

O fato maior é que, qualquer que seja o obstáculo, temos que seguir em frente para casar com a filha do Rei. Afinal, eu sempre me julguei o mais esperto; o mais bonito, o mais competente e o mais habilidoso, enfim, o “Bonzão da bola”.

Nessa empreitada, estou sendo chamado a mostrar se realmente eu sou de fato o propagado, ou simplesmente um verdadeiro “Bundão” ou “Bundona” em não assim encarar o desafio. Entenda-se aí o desafio como o grande Projeto Divino de constituir uma Família.

Naturalmente que, todos aqueles que empreenderam essa caminhada e, de repente não conseguiram êxito num primeiro instante, cada um deles tem sua própria história e seus motivos para o desembarque ocorrido visto que a caminhada é de dois; e não de um somente.

Portanto, cada um dos dois tem que estar bastante conscientes do almejado para empreenderem juntos, de “mãos dadas”, essa caminhada. Para tanto, cada um dessa dupla é chamado a fazer sua parte.

Em termos reais, no meu caso específico, pela idade que já possuo e considerando o tempo de convívio com minha amada, no caso 36 anos de casados, diria que estou acabando de vencer o grande gigante (sexto obstáculo) e estou partindo para enfrentar o grande Dragão (ultimo obstáculo), com suas inúmeras cabeças e bocas bem vorazes. Lógico, tudo isto é bem simbolicamente.

Com toda certeza, tendo no meu Cantil a minha “Mocotinha”, também o vencerei, a exemplo dos outros obstáculos. Neste caso específico, entenda como “Mocotinha” o meu grande Alimento Espiritual, que é a minha "Eucaristia" diária, fonte divina do eterno amor onde reflete o meu real valor.

A cada um de nós que, decididamente se propuser a empreender essa caminhada, precisa se voltar para o seu interior e verificar que no nosso dia a dia os conflitos internos se fazem bastantes presentes, caso contrário vou ficar tomando“ bordoada” até sem saber o “porque”.

Devo entender que sou eu o agente maior desse processo; daí o livre arbítrio. Cabe a mim, portanto, e somente a mim decidir.

Basta eu acordar mal humorado e se eu, não controlar esse mau humor, o mesmo será fator propagador de uma série de atitudes não positivas.

Em não muito atento a isto, eu vou entrar numa luta constante onde estarei fazendo coisas que não deveria; surgindo aí posteriormente o arrependimento, e por outra vez, deixando de fazer outras que gostaria que fossem feitas e não as faço. Percebo assim uma luta contínua de comigo para comigo mesmo. Será o Bem contra o mal?...

Independente do que quer que seja, o fato é que posso concluir que isto existe e isto não somente é privilégio meu; e sim de cada um de nós seres viventes neste mundo terreno.

Uma vez constatado isto, posso verificar que o controle de todo esse processo passa por mim e só depende de mim. Primeiro, trabalhando em cima de mim mesmo, buscando o equilíbrio interno e automaticamente a minha harmonização.

Para tanto, devo perceber e fazer um diagnóstico sobre os meus sentimentos, em quais deles sou mais suscetíveis ao afloramento deles na minha pessoa, me fazendo fazer coisas que não gostaria.

É o início assim de uma caminhada que somente depende de mim e de mais ninguém; portanto, “a Bola está comigo”; tenho que ver pra onde vou jogá-la.

O fundamental de tudo isto é o autocontrole onde vou buscar que os sentimentos ruins sejam sufocados pelos bons sentimentos.

Entendamos como sentimentos bons aqueles relacionados com Alegria, Carinho, Paz, Amor, Determinação, Perseverança, Doação, etc. Por sua vez, podemos ter como sentimentos ruins, aqueles relacionados com a Raiva, o Ódio, a Tristeza, a Angústia, a Mágoa, o Pessimismo, etc. Veja o boneco a seguir:


Boneco Simoneta



Conforme foi dito, esse processo para obtenção do autocontrole é uma caminhada longa e morosa, haja vista que se trata de uma autotransformação. Não é porque eu nasci assim é que eu deva morrer assim.


Nesse sentido, posso fazer uso de qualquer ferramenta que venha a contribuir para que este autocontrole seja alcançado. Daí a necessidade de leituras principalmente sobre outras pessoas nas quais eu percebo este estágio já avançado. Quais os procedimentos dessas pessoas?...

O Importante de tudo isto é entender que sou extremamente limitado e que preciso de ajuda. “Existe um todo armado contra o acontecer” nesta caminhada. Daí a necessidade das duas componentes fundamentais nesse processo; a Determinação e a Perseverança para fazerem as coisas acontecerem no sentido dessa mudança.

Assim, poderíamos resumir tudo isto a três itens:

Primeiro, entender que sou frágil e suscetível a essas variáveis existentes em mim, que muitas vezes me torna refém delas, passando a ser um alto gerador de energia negativa.

Segundo, entender que refém delas, eu com certeza vou fazer coisas que, mesmo as querendo inicialmente, vou me arrepender posteriormente;

Terceiro, partir para desempenhar esta tarefa de autotransformação sabendo de antemão que isto depende somente de mim e de mais ninguém.

Portanto sou eu o agente transformador e o meu controle fica restrito apenas a minha pessoa e não a de mais ninguém.

Neste sentido vemos um erro comum recorrente na maioria dos casais, qual seja, o de sempre um querer controlar o outro, querendo a mudança do outro em direção a ele.

Dentro dessa linha de raciocínio, como poderei controlar alguém se ainda não consigo controlar a mim mesmo?...

Podemos observar que, a partir do momento em que eu começar a fazer este autocontrole, vou ficar menos vulnerável às próprias provocações do meu parceiro/minha parceira. Daí podemos nos lembrar daquele ditado; “Quando um não quer, dois não brigam”.

De uma certa forma, podemos observar que a relação de dois duradoura, em nome do amor existente, normalmente pode existir a omissão de um perante o outro; ou seja: normalmente um se anula diante do poderio do outro.

Nisto, podemos observar um erro crasso nesta relação: Além de me omitir e me anular perante esse sobrepor do outro, eu não permito que o meu cônjuge cresça. Portanto, mesmo eu aturando/a torna-se de certa forma, uma relação não muito sadia, o que não é bom para nenhum dos dois, principalmente na presença dos filhos.

Assim, vou dar margem para que o meu sentimento de frustração seja uma constante em mim.

Por conseguinte, com toda a certeza não estarei sendo uma pessoa realizada plenamente nesta relação; tanto um quanto o outro. Que conflito hein?... Além do meu crescimento individual, tenho que ajudar o meu parceiro (a) a também caminhar nessa direção; e a minha omissão não é salutar pra tal.

Recentemente, busquei entre amigos, cuja relação conjugal superou a faixa dos trinta e cinco anos, informações relativas à seguinte pergunta:

Diante de tantos fracassos conjugais, que presenciamos no nosso dia a dia, qual foi ou qual está sendo a receita utilizada por cada um dos cônjuges para que esta relação de ambos esteja sendo duradoura? Quis até que a resposta fosse principalmente a nível individual.

Pois bem, por incrível que pareça, dos seis casais perguntados, tidos como relação sólida e vitoriosa, não recebi resposta de nenhum deles. Esqueceram? Não se sentiram estimulados para tal?

Estarão estas relações tão sólidas assim?...

Pois bem; e daí; qual conclusão para essa relação de dois?

Acredito, conforme dito acima, ser a Determinação, a Perseverança e a Crença num Deus que rege a tudo e a todos, onde o meu objetivo deverá se direcionar para o “Mote” maior de sermos vitoriosos nesse projeto Divino, através dessa autotransformação do Bem gerando o Bem. Por muito utópico que pareça ser, é possível sim a concretização desse projeto e acredito; a isto é que cada um de nós é chamado a se posicionar.

Concluindo, podemos resumir todo o dito acima, na letra, de uma música feita pelo Padre Zezinho, que fala sobre a família, dizendo:


É presente de Deus, é o céu já aqui,/ o amor mora ali e se chama família.



Como é bom ter a minha família, como é bom!/ Vale a pena vender tudo o mais para poder comprar.



Esse campo que esconde um tesouro, que esconde um tesouro, que é puro dom,/ é meu ouro meu céu, minha paz, minha vida, meu lar./ Até mesmo o céu desejou ser família/ para que a família desejasse ser céu./Nela se faz a paz no ouvir, no falar,/ e na arte de amar, o amargor vira mel.



Na família a mentira não se dá com a verdade, e a fidelidade sabe o peso da cruz, porque lá há amor, há renúncia e perdão, há também oração e o chefe é Jesus.



Paz e Bem

















Dando continuidade às nossas elucubrações, vamos agora entrar no campo da matéria onde este autor acredita estarmos inteiramente ligados ao que ele chamou de tripé de  sustentação do mundo, tripé este formado por três  componentes muito  presentes  na vida de cada um de nós que são: O Dinheiro, o Poder e o Sexo.
Estas três variáveis, tão latentes em nossas vidas  estão  inteiramente ligadas a todos os atos  a que cada  um de nós está sujeito na nossa caminhada de vida.


Em tudo aqui descrito, o autor busca retratar  cada componente desta, se referindo apenas  ao que extrapola daquilo que julga ser o correto. Portanto, não existe outra pretensão do autor senão, através de uma coletânea de dados extraídos ao longo de toda uma caminhada de vida, colocá-los no papel  para compartilhar com outros sua visão a respeito. Assim, vamos a elas:





 DINHEIRO – Pelo fato de ser algo tão almejado por todos nós visto que o mesmo pode nos propiciar tudo aquilo que desejamos no campo da matéria; pelo fato do mesmo ser a mola propulsora que move o mundo, estaremos nos referenciando apenas  ao excedente daquilo de que necessitamos para o nosso conforto básico e necessário. Portanto, tratamos aqui apenas e somente apenas da parte excedente.

E o que é a parte excedente? Vamos tomar como referência como parte excedente  tudo aquilo que extrapolar  o básico e necessário para desfrutar uma vida sem os atropelos que o consumismo impõe a cada um de nós.

PODER - Em se tratando de algo que coloca cada um daqueles que o detém no topo de uma pirâmide de mando, passa também a ser almejado por cada um de nós. No entanto, tudo aqui referenciado a ele é relativo apenas ao Poder pelo Poder; e não o poder direcionado para corrigir as desigualdades  que ocorrem  neste mundo da matéria  com muitos dos nossos semelhantes. Portanto, o Poder aqui referenciado é aquele não utilizado para corrigir as distorções e injustiças da nossa sociedade, ou seja,  aquele  conquistado de forma não natural e automaticamente atrelado à  ilegalidade. 

SEXO – Por se tratar também de algo tão aflorado em cada um de nós com uma força muitas vezes incontrolável e por ser a mesma bastante  prazerosa, nós a vivenciamos de um modo geral continuamente em todos os momentos de nossas vidas.

Para o caso em questão estaremos nos referenciando apenas ao SEXO simplesmente pela ação sexual desprovida do sentimento maior que une duas pessoas de sexo opostos e que se gostam,  que é o  Amor.

Entendemos que, se  levarmos em consideração que, entre duas pessoas de sexo opostos que se gostam e que por livre e espontânea vontade resolvem de comum acordo se unirem em casamento para, juntos constituírem um família e assim desempenharem uma missão única e nobre que todos nós somos chamados; “Crescei-vos e multiplicai-vos”, esta relação com toda a certeza terá que ser calcada num sentimento muito forte e aflorado entre estas duas pessoas, que é o Amor.

Automaticamente, a relação sexual entre estas duas pessoas calcadas nesse sentimento do amor,  acoplada ainda ao momento prazeroso  que ocorre durante essa relação,  nossa missão de procriação passa assim  a ser cumprida conforme o pré-estabelecido.

È bom lembrarmos que esta relação de duas pessoas que se gostam e, tendo como base o amor existente entre ambos,  no ápice do momento sexual entre estas duas pessoas, as mesmas  se tornam uma e, nesse momento entram em total sintonia com o Divino. Portanto, esse momento é único e mágico  para  o  desempenhar  de nossa missão aqui no plano terrestre.

Portanto, SEXO aqui referenciado é somente aquele  que ocorre desprovido      do sentimento maior do amor e, consequentemente somente pelo prazer carnal, contrariando assim  o que  é apregoado na missão de duas pessoas que se gostam e que partem para constituir uma família, que é o bem maior da sociedade.

Portanto, cada leitor aqui é chamado neste momento a fazer uma reflexão de tudo àquilo que  acontece com cada um de nós segundo estas três variáveis; DINHEIRO, PODER  e SEXO.

Assim, nós seres humanos, viventes neste mundo cheio de mistérios, pela própria formação herdada de nossos pais, de nossa sociedade e sujeitos a todos os tipos de influência deste mundo terreno, por vezes nos sentimos perdidos diante desse espectro  de vida  imposto a cada um de nós.

  quando do nosso nascimento  fazemos desabrochar nos rostos de nossos pais uma alegria incontida, vivenciando eles  naquele momento algo inusitado não antes experimentado.

É ali  naquele momento que, cada um de nós ao se tornar um pai ou uma mãe, sente verdadeiramente a relação existente entre um pai e  uma mãe  com a sua cria e, conseqüentemente passa a enxergar e sentir de uma forma bem mais clara e latente a relação existente  entre os mesmos e que, até então  um pouco embotada, passa a partir de então ser mais nítida e mais forte.  

Assim chegamos a esse mundo para, a nível individual, desempenharmos um papel único, ímpar e  específico a cada um de nós baseado inicialmente na herança genética, sem muito conhecimento de causa.

Nossos pais, inicialmente detentores da nossa vida e, diante da responsabilidade de dar a cada um de nós a formação adequada que, segundo os  princípios dos mesmos  e os dogmas que a sociedade de um modo geral impõe a todos, desempenham essa tarefa buscando fazê-la da forma que acreditam ser o melhor para cada um de nós baseados nos seus conhecimentos adquiridos ao longo de toda uma vida e com base  nos preceitos estabelecidos pela sociedade.

O descrito aqui pelo autor são considerações feitas ao longo de toda uma caminhada de vida que, a exemplo de cada um de nós, ficou  e está sujeito a todas essas variáveis onde, vivenciando-as de uma forma muitas vezes bastante intensas  tirou algumas conclusões, às quais quer partilhar com nossos leitores para, quem sabe, fazendo uma  reflexão a respeito, tirar algumas conclusões que, de repente lhes dará uma visão mais ampla  de todo esse espectro de vida.

Portanto, a idéia primeira do autor é fazer com que cada um de nós, diante das variáveis apresentadas, tire as nossas próprias conclusões  e assim possamos galgar a um patamar de entendimento sobre esse “todo” que nos envolve.

As variáveis mencionadas acima exercem  de um modo geral, uma influência tão grande em nossas vidas que, por vezes, frente a elas  chegamos até a nos descaracterizarmos diante dos nossos princípios, fazendo coisas que não gostaríamos de fazê-las e, deixando outras que gostaríamos de fazê-las sem que assim façamos. È poderíamos assim dizer num linguajar mais simples,   um  “Samba do Crioulo Doido”.

De principio, não poderia ser diferente até porque, a nível individual a influência que cada uma dessas variáveis exerce sobre cada um de nós    neste  mundo  terreno é por demais substancial. Imaginemo-nos agora, as três juntas. Daí essa corrida desenfreada a que ficamos sujeitos.

Passemos, na seqüência a falar de cada um delas especificamente focando-as individualmente para que tiremos assim nossas conclusões à respeito.

Nesse sentido, vamos deixar nossa mente viajar um pouco fazendo algumas elucubrações e tirando nossas conclusões sobre cada uma delas e, posteriormente sobre todo o conjunto destas três variáveis; senão vejamos: